Voto na Ciência: Por que eleger um Congresso a favor do futuro do país?

Quando falamos sobre valorizar a Ciência, a tendência é associar apenas a projetos específicos de um grupo de pesquisadores elaborando uma solução incrível. No entanto, quando se trata de investimento na produção científica nacional, esse é apenas o menor aspecto – na verdade, trata-se de um conjunto de medidas que criam condições para beneficiar a sociedade como um todo e, principalmente, sobre como as pessoas agem, pensam e interpretam a realidade.

Durante a pandemia, assistimos no Brasil ao horror do negacionismo e do anticientificismo e os resultados foram catastróficos. Não só do ponto de vista do atraso na corrida vacinal, mas também de como as pessoas agiram (ou deixaram de agir) diante da gravidade da situação.

Isso acontece porque a Ciência pressupõe uma visão crítica e curiosa do mundo ao nosso redor, em todos os aspectos: humanos, tecnológicos e biomédicas, por exemplo.

Portanto, quando um governo como o Bolsonaro corta recursos e contingencia verbas da Ciência, não está “só” fazendo um movimento financeiro, mas adotando uma política autoritária de retrocesso e subjugação do povo brasileiro, porque o conjunto da sociedade é prejudicado.

E o ataque é certeiro: as universidades públicas produzem a maior parte da ciência nacional.

Desde 2019, o governo Bolsonaro, marcado pelo discurso negacionista e anticientífico, vem estrangulando o setor. O orçamento do CNPq, por exemplo, em 2021 ficou em R$ 1,21 bilhão — o menor valor dos últimos 21 anos.

Dados da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) mostram que o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) vinha caindo desde 2016 – mas diminuiu ainda mais nos últimos três anos. Passou da ordem de 9 bilhões de reais em 2018 para menos de 3 bilhões de reais em 2021.

Enquanto os Estados Unidos e a Alemanha investem 3% de seu PIB em atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, o Brasil, cujo PIB per capita já é menor do que o desses países, aplica menos de 1%.

Por um Congresso na trincheira em defesa da ciência

A maior parte dos ataques do governo Bolsonaro à Ciência teve anuência do Congresso, composto por muitos parlamentares que compactuam com o negacionismo e o anticientificismo – por motivos econômicos e financeiros.

Para transformar essa realidade, é fundamental escolher candidatos e candidatas comprometidos com a produção de conhecimento.

É preciso eleger aqueles que irão batalhar por mais recurso público para as universidades públicas, mais investimento em bolsas e financiamentos da ciência brasileira, defendendo políticas de permanência de pesquisadores e pesquisadoras em solo nacional.

Dessa forma, criaremos as condições para que as evidências científicas sejam a régua na elaboração de políticas públicas, dialogando com a sociedade de forma crítica e democrática, construindo em conjunto soluções para um Brasil menos desigual, defendendo seus recursos naturais e inovando nas garantias de sustentabilidade para construir um futuro digno para todos e todas.

Fonte: Observatório do Conhecimento

2 comentários

  1. Carlos em 13 de setembro de 2022 às 17:51

    Como Mestre em Educação fico torcendo para que façamos uma corrente com argumentos que sustentem nossas intenções

  2. Liliane Kobarg da Costa em 13 de setembro de 2022 às 20:05

    Viva a ciência e a pesquisa

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