Queda no desmatamento da Amazônia ofusca recorde de destruição no Cerrado

O Cerrado brasileiro atingiu um novo recorde de desmatamento, tanto no mês de maio quanto no acumulado anual. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre janeiro e maio de 2023, mais de 3.320 km² do bioma foram desmatados, representando um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse território desmatado nos primeiros cinco meses de 2023 equivale a quase duas vezes a área total da cidade de São Paulo.

O Cerrado já era um bioma ameaçado anteriormente, tendo registrado a maior taxa de desmatamento em sete anos em 2022, com 10.689 km² desmatados. Ao todo, 110 milhões de hectares do bioma (49% do total) já foram destruídos, principalmente para o cultivo extensivo de commodities agrícolas, como soja, milho, cana-de-açúcar e algodão, e para a extração de matérias-primas voltadas à produção industrial.

Em contraste, o desmatamento na Amazônia Legal diminuiu 31% no mesmo período. Entre janeiro e maio de 2023, foram desmatados 1.986 km² na região, representando quase metade do desmatamento registrado no Cerrado.

Especialistas apontam que a legislação mais permissiva e a menor porcentagem de áreas protegidas no Cerrado em comparação com a Amazônia contribuem para a disparidade nos níveis de desmatamento. Enquanto o Código Florestal protege 80% da mata em áreas privadas na Amazônia, as reservas legais no Cerrado cobrem apenas de 20% a 35% do bioma. Além disso, apenas 8,21% da área total do Cerrado é legalmente protegida por unidades de conservação, em comparação com quase metade da área florestal na Amazônia.

A falta de conhecimento e conscientização sobre a importância do Cerrado também contribui para sua invisibilidade e menor prioridade em políticas públicas e iniciativas de preservação. O baixo interesse internacional em relação ao Cerrado em comparação com a Amazônia também é mencionado como um fator significativo.

Há propostas em andamento para incluir o Cerrado na lista de patrimônios nacionais do Brasil, juntamente com outros biomas, como a Amazônia e a Mata Atlântica. No entanto, o Cerrado ainda não possui esse status oficialmente.

Os especialistas enfatizam a necessidade de políticas públicas conjuntas para a Amazônia e o Cerrado, visando a proteção desses biomas e a busca por alternativas sustentáveis para a agricultura e a pecuária.

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