OBSERVATÓRIO POLÍTICO E ELEITORAL E OBSERVATÓRIO DO CONHECIMENTO APRESENTAM O BOLETIM #4 – JULHO

O Observatório do Conhecimento e o Observatório Político e Eleitoral (OPEL) divulgam o terceiro boletim do Monitoramento Eleitoral 2022.

É com muita satisfação que apresentamos a terceira edição do Monitoramento Eleitoral 2022, realizado pelo  Observatório Político e Eleitoral (OPEL). Esse projeto visa produzir pesquisa, extensão e divulgação científica a partir do conhecimento em Ciência Política e, em particular, da compreensão do processo eleitoral brasileiro. 

O OPEL foi criado em 2022 por iniciativa de cinco professores da UFRJ que convergiram seus grupos de pesquisa para um projeto coletivo. Assim, o Núcleo de Estudos sobre a Democracia Brasileira (NUDEB), o Laboratório de Partidos e Política Comparada (LAPPCOM) e o Grupo de Pesquisa Democracia e Teoria (GPDET) vêm colaborando para fazer do OPEL uma nova referência acadêmica na política. Destacamos, nessa criação, nosso vínculo com os programas de pós-graduação em ciências sociais da UFRRJ e da UFJF. 

A proposta de articulação entre pesquisa, extensão e divulgação científica pretende ampliar a qualidade e a circulação do conhecimento produzido, ultrapassando os muros da universidade não apenas em alcance, mas também na troca de saberes entre academia e movimentos sociais, ONGs e redes de ativismo em geral. Nesse sentido, estabelecemos parcerias dentro e fora da Universidade.

As nossas primeiras parcerias externas foram com o PerifaLab, uma iniciativa de apoio a candidaturas proporcionais encabeçadas por candidatas/os negras e negros, mulheres e periféricos, e, com a BaseLab, uma agência de comunicação e estratégia política que realiza  cursos e mentorias com o PerifaLab. 

Agora, nesse terceiro mês de atuação, ampliamos para uma colaboração com a Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (AFIPEA), lançando na UFRJ um livro indispensável sobre a degradação democrática brasileira intitulado “Assédio Institucional no Brasil: Avanço do Autoritarismo e Desconstrução do Estado”. A publicação aborda as várias formas com que o governo Bolsonaro ataca a democracia e o Estado em nosso país. O OPEL colaborará com a ampliação desse debate, monitorando os ataques contra as urnas eletrônicas e contra a estrutura institucional para as eleições, conformando um fenômeno que podemos chamar de negacionismo eleitoral. 

O tema do negacionismo é um dos elementos que nos leva à segunda parceria iniciada nesse terceiro mês, com o Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos (NIEJ) da UFRJ, coordenado pela professora Monica Grin e pelo professor Michel Gherman. Participamos da atividade promovida pelo NIEJ e pela Open Society sobre negacionismo na ciência, que teve como título “Ciência em tempos sombrios: como combater o negacionismo?”. A parceria com o NIEJ vem se somar a outras duas que já estabelecemos na UFRJ: com a Universidade da Cidadania (UC), órgão da UFRJ vinculado ao Fórum de Ciência e Cultura (FCC) e responsável pela relação com movimentos sociais do Estado do Rio de Janeiro. Ainda na universidade, firmamos uma parceria com o Observatório do Conhecimento (OC), rede de associações docentes impulsionada pela ADUFRJ e que tem sido fundamental para a circulação do material do OPEL. 

Ainda em julho, nos somamos na assinatura do documento “Amenazas a la Libertad de Expresión en el Estado Brasileño – Desinformación en Masiva y Riesgo Democrático” que expõe as ameaças contra o processo democrático cometidas pelo Estado brasileiros no que se refere à promoção da desinformação. Iniciativa do Observatório para Monitoramento dos Riscos Eleitorais (DEMOS), o documento foi encaminhado à OEA e à CIDH. 

Por fim, mas não menos importante, o OPEL assinou a Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito. Trata-se de um amplo e vigoroso manifesto em defesa da democracia que conta com mais de 600 mil assinaturas individuais e de entidades representativas de trabalhadores, movimentos sociais e também associações empresariais de todo o tipo. Leia a carta e assine em https://www.estadodedireitosempre.com/

Neste mês, nosso terceiro boletim deu continuidade aos temas fundamentais pesquisados pelas/os bolsistas de graduação e mestrado: a polarização Lula e Bolsonaro nas eleições; democracia e os ataques de Bolsonaro; a questão racial nas eleições; as mulheres nas eleições; a questão indígena nas eleições; candidaturas e pautas dos operadores de segurança nas eleições; candidaturas e pautas evangélicas nas eleições; a ação das mídias tradicionais, alternativas e redes sociais nas eleições; a ação dos movimentos sociais nas eleições; a ação de empresários e trabalhadores nas eleições; a polarização Marcelo Freixo e Cláudio Castro nas eleições. 

Nossa pesquisa vem detectando a estabilidade das dinâmicas eleitorais nesse momento de pré-campanha. A hipótese principal de investigação aponta para dois eixos. No primeiro eixo, as eleições de 2022 tendem a aprofundar a democracia no Brasil. No segundo, elas podem representar um golpe de morte contra o nosso experimento democrático. Na primeira possibilidade, a de mais democracia, há uma dupla expectativa: a possível vitória de Lula e o potencial de renovação do Congresso Nacional com mulheres, candidaturas negras e indígenas. Na segunda, verificamos uma radicalização das dinâmicas bolsonaristas relativas à promoção da desinformação, à questão do armamento, ao ataque contra as urnas e à mobilização conservadora evangélica.

Enfim, mais uma vez fechamos este editorial reforçando nossa disposição em contribuir, dentro das nossas capacidades, para o fortalecimento da democracia no Brasil nesse ano tão importante para o nosso país.

Acesse o pdf e confira o terceiro boletim aqui!

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