“Ciência, luta de mulher” é lançado em Brasília e no Rio

Filme-documentário é uma produção do Observatório do Conhecimento  que percorre o Brasil através de 4 mulheres cientistas: Helena Padilha, Isis Abel, Maria da Glória Teixeira e Nina da Hora.

Por Lucas Abreu, para o Jornal da AdUFRJ

Contar a história inspiradora de mulheres na Ciência para outras mulheres que inspiram com a sua atuação acadêmica, sindical e política. Assim foi o lançamento, em Brasília, do filme “Ciência: luta de mulher”, produzido pelo Observatório do Conhecimento. Cientistas, professoras da educação básica, representantes sindicais e do Congresso estavam na plateia. No Rio, o lançamento do filme aconteceu na sexta-feira (29), no Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.


Vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório, a professora Mayra Goulart abriu o evento falando sobre o propósito do filme. “Queremos inspirar as jovens, a partir da história de quatro cientistas bem-sucedidas, a acreditar que elas podem ser cientistas também”, disse Mayra, que espera que o filme promova um amplo debate. “Nossa intenção é que em todo lugar que o filme for exibido haja um aprofundamento da discussão do aumento da presença das mulheres em lugares de poder”, explicou.

Para a professora, é importante que o filme seja exibido em escolas e universidades. “Enquanto idealizadora, acredito que o documentário seja útil para mostrar que mulheres com diferentes origens, perfis e saberes podem ser cientistas. Eu defendo que a Ciência deva ser um espaço de diversidade, tanto nas trajetórias de seus ocupantes como em seus fazeres”.

Esse anseio foi compartilhado por algumas convidadas. “O filme é inspirador, é a materialização do ‘esperançar’ de Paulo Freire”, elogiou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que fez um paralelo entre a luta por espaço das mulheres na Ciência e na política. “O sexismo é estruturante, se expressa em vários segmentos da sociedade. A Ciência e a política são atividades de ressignificação e de transformação, espaços que precisam ser ocupados por mulheres”, defendeu a parlamentar.

A intenção do Observatório do Conhecimento é levar o filme às escolas de educação básica. Presente ao lançamento, a professora Vilmara do Carmo, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF), apoiou a ideia. “Fazendo o circuito do documentário, nós vamos ajudar a desconstruir barreiras, para que as nossas alunas possam de fato ter a liberdade de escolher que área da Ciência querem abraçar como carreira”, disse.

Para Vilmara, o filme passa a sua mensagem com muita tranquilidade. “Adorei. Me emocionei várias vezes. Acho que nossas alunas e alunos vão gostar muito”. Ela ainda fez um paralelo entre a Ciência e o sindicalismo como espaços de luta. “O movimento sindical também é um espaço difícil para nós [mulheres] ocuparmos. Mas hoje, graças à luta das mulheres que me antecederam, é mais fácil. Tenho que reconhecer a luta delas. É uma luta permanente, ela não se encerra”, explicou a professora.

O evento abriu espaço para outras mulheres falarem sobre seus trabalhos. Foi o caso das professoras Roseany de Vasconcelos Vieira Lopes e Mônica Cristina França, responsáveis pelo projeto “Elas na Engenharia”, que realiza palestras e atividades para alunas do ensino médio, incentivando o acesso das estudantes às carreiras de Ciências exatas. O projeto foi desenvolvido a partir de um estudo que detectou o alto índice de abandono de mulheres dos cursos de Engenharia do campus do Gama da UnB, onde Roseany leciona. Mônica é professora do ensino médio em uma escola da rede pública do Gama.

Rio tem depoimentos emocionantes
O lançamento no Rio aconteceu na noite de 29 de maio. As professoras Tatiana Roque e Tatiana Sampaio falaram de suas experiências enquanto mulheres cientistas. A mesa de abertura foi conduzida pela professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ. Houve, ainda, a participação das estudantes Natália Trindade e Júlia Vilhena, do DCE. Após a exibição do documentário “Ciência: Luta de Mulher”, a noite ficou ainda mais completa com o depoimento de uma das personagens do filme, Nina da Hora. Cintia, filha de outra protagonista do filme, a professora Ísis Abel, também fez um relato emocionado.

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