A Ciência terá papel central na política ambiental, defende Marina Silva

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, esteve na Bienal da UNE no último sábado, e em entrevista coletiva destacou o papel dos jovens na política e na luta pelo meio ambiente, além de defender o papel fundamental da Ciência nas políticas ambientais da sua gestão. Marina participou de uma mesa sobre perspectivas sustentáveis para o Brasil, que também teve a participação da deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) e da secretária de Meio Ambiente do município do Rio, Tainá de Paula.

Confira alguns dos principais trechos da entrevista coletiva concedida pela ministra.

Marina Silva sendo homenageada pela presidente da UNE, Bruna Brelaz

A juventude e a Educação

“Jovens têm um papel em todos os espaços, porque afinal de contas eles são a exigência materializada diante dos governantes, dos empresários, dos formadores de opinião de que o presente tem que acontecer agora. De que a educação tem que ser de boa qualidade agora, a proteção do meio ambiente igualmente. É preciso criar igualdade de oportunidades, para que todos possam desenvolver suas capacidades, e combater as imensas desigualdades que afligem a população periférica, as mulheres. É muito difícil uma mulher de comunidade ter um espaço para desenvolver sua pesquisa, para poder realizar seus projetos, isso a gente foi conseguindo aos poucos, mas de forma muito consistente, com as cotas, que precisam ser cada vez mais ampliadas e melhoradas. Aqui é o momento de reabastecermos as nossas baterias, sobretudo de esperança, de compromisso e de senso de responsabilidade. Aqui é o lugar de assumir compromissos e aumentar o senso de responsabilidade.

“Ninguém melhor que a juventude para mostrar que o sonho é a matéria-prima mais concreta que a gente tem na vida “

A importância da Ciência na política ambiental do governo

Depois desse período de trevas, de negacionismo, vai ser fundamental ouvir o que a Ciência está dizendo sobre os graves problemas ambientais que o mundo está atravessando. É a Ciência que está dizendo que nós temos que equilibrar a temperatura da terra em 1,5 grau Celsius, é a Ciência que está dizendo que não podemos continuar perdendo biodiversidade, como estamos perdendo agora, e é a Ciência que está dizendo que precisamos, além das ações de mitigação, ter uma forte agenda do poder público de adaptação. Porque nós já estamos vivendo sob os efeitos das mudanças climáticas. É a Ciência que está dizendo que é preciso que se tenha uma forte agenda em relação a questão de perdas e danos, porque existem países e regiões que são altamente vulneráveis, e é a Ciência que está dizendo que o Brasil tem que alcançar desmatamento zero para que a Amazônia não entre em ponto de não retorno.

” Estar aqui com jovens é muito importante, porque aqui está a base conhecimento, a base da inovação, a base da prospecção de novas oportunidades”

O papel do Brasil no enfrentamento às mudanças climáticas

O Brasil tem um grande potencial de juntar economia e ecologia numa mesma equação, combater o que não deve ser feito, mas colocar no lugar aquilo que pode ser feito. E o que pode ser feito é que o Brasil, que é uma potência florestal, seja também uma potência agrícola a partir da agricultura de baixo carbono. Ser uma potência em termos de segurança energética na produção de hidrogênio verde. Porque somos um país que tem condição de ter uma matriz energética limpa e diversificada. Por isso, estar aqui com jovens é muito importante, porque aqui está a base conhecimento, a base da inovação, a base da prospecção de novas oportunidades. E eu costumo dizer que boa parte das respostas técnicas já foram dadas, o que falta é o compromisso ético de usar essa técnica para resolver o problema da pobreza, da desigualdade, o problema do desemprego, da moradia digna para as pessoas. E ninguém melhor que a juventude para mostrar que o sonho é a matéria-prima mais concreta que a gente tem na vida.

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