MEC propõe balbúrdia pedagógica nas Universidades e Institutos Federais

Em vídeo ontem nas redes sociais, o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou liberação de recursos para aquisição de equipamentos tecnológicos para transformar aulas presencias em atividades a distância.

Há muito tempo as universidades públicas reclamam por verbas para melhorar as combalidas estruturas físicas e tecnológicas, mas os recursos de capital (equipamentos) são cada vez mais inexpressivos e não permitiram a modernização das práticas pedagógicas no ensino, experimentadas em vários países.

De um dia para o outro, talvez no afã de protagonismo e para aproveitar o momento para semear interesses privados com o ensino a distância, o MEC quer conduzir docentes e alunos numa aventura didática sem lastro de infraestrutura e expertises – não bastam computadores nas instituições, os alunos precisam ter equipamentos, precisamos todos ter suporte de rede de internet, programas, ambientes e conhecimentos para se operar processos complexos de ensino.

Não se improvisa com educação e a ciência, portanto, tanto a EaD como a organização didática tradicional merecem mais cuidados e respeito. No momento de reorganização e cuidados com a vida, como tem muito bem orientado o Ministério da Saúde, inclusive com a possibilidade de transformar os espaços escolares em abrigo aos doentes, o MEC em 24 horas quer implantar algo que gerará balbúrdia com a educação pública no Brasil.

Observatório do Conhecimento

18 de março de 2020.

Veja também:

Carta Aberta da Diretoria da Associação dos Docentes da UFABC sobre o Plano de “Ensino Continuado Emergencial”

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