Weintraub intervém nos Institutos Federais de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, interveio na escolha dos reitores dos Institutos Federais de Santa Catarina e do Rio Grande do Norte. Ambos haviam realizado eleições no ano passado e encaminhado ao MEC os nomes dos eleitos.

A intervenção nos institutos tecnológicos ocorreram através da publicação das portarias 405 e 406 no Diário Oficial da União, da última sexta-feira, 17 de abril, nas quais são nomeados reitores pro tempore para ambas instituições.

No Instituto Federal do Rio Grande do Norte, a portaria nº 405, nomeou o professor Josué de Oliveira Moreira, que sequer participou do processo eleitoral realizado em dezembro do ano passado e que elegeu José Arnóbio de Araújo Filho, com 48,25% dos votos válidos, seguido de Wyllys Abel Farkatt Tabosa (ex-reitor da instituição) que obteve 42,26%.

Disputaram as eleições outros dois candidatos: José Ribeiro de Souza Filho e Ambrósio Silva de Araújo.

Em Santa Catarina, a portaria nº 406, indicou o professor Lucas Dominguini para exercer o cargo de reitor pro tempore do IFSC. Porém, a página na internet da instituição afirma que “Dominguini, que atuou como diretor do Campus Criciúma na última gestão e deixaria o cargo nesta semana, confirmou que chegou a ser sondado pelo MEC, mas abdicou da indicação. Está em tratativas com o Ministério da Educação para tornar o ato de hoje sem efeito.” 

Na eleição, também realizada em dezembro, a comunidade acadêmica escolheu, em segundo turno, o professor Maurício Gariba Júnior.

Desde que tomou posse, o presidente Jair Bolsonaro tem sinalizado que acabaria com a prática dos governos anteriores de respeitar o primeiro colocado das listas tríplices elaboradas por universidades e institutos federais, a partir de eleições internas.

“Ali virou terra deles, eles é que mandam. Tanto é que as listas tríplices que chegam pra nós muitas vezes não temos como fugir, é do PT, do PCdoB ou do PSOL. Agora o que puder fugir, logicamente pode ter um voto só, mas nós estamos optando por essa pessoa”, disse o presidente em encontro com a bancada evangélica, em julho do ano passado.

E assim tem sido a prática do governo. Em seis casos, se tornaram reitores nomes que eram o segundo ou terceiro na lista tríplice. Porém, na escolha do dirigente da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a prática foi esperar vencer o prazo de mandato do reitor, ignorar a lista tríplice e nomear um interventor pro tempore. O que também se repetiu com indicação do reitor do CEFET do Rio de Janeiro e que parece ter se tornado a prática do governo, com as novas intervenções no IFSC e IFRN.

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