“Os jovens hoje são muito menos dependentes da universidade para ganhar conhecimento novo”, diz presidente da Fapesp
Em entrevista ao Jornal da Ciência, Marco Antonio Zago, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), chamou atenção para um cenário grave: cada vez menos jovens têm seguido uma carreira na Ciência.
Sua preocupação é fundamentada em dados. Os cortes orçamentários, que se agravaram desde 2015, prejudicaram o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil. Em 2019, a taxa de desemprego entre pesquisadores em início de carreira no Brasil já era 12 vezes mais alta do que a média global. A Fapesp também tem registrado, ano após ano, uma queda no número de interessados em bolsas de pesquisa. De acordo com dados divulgados no início do ano, a procura por bolsas de auxílio para pós-graduação oferecidas pela instituição caiu 30% em todas as categorias.
“Nós não podemos ser extremamente rígidos, como sempre fomos, de tal forma que há sempre um privilégio dos pesquisadores mais antigos, que já têm um currículo bem estabelecido, ter maior facilidade de conseguir novos financiamentos”. Na entrevista, Zago falou sobre a necessidade de uma reestruturação da cadeia científica brasileira, com foco principal nas universidades e institutos federais.