Eleições 2022: Defender a Ciência é garantir o futuro do Brasil

A Ciência está presente em nosso cotidiano, desde os elementos mais prosaicos como garantir que a água da torneira não cause intoxicação de toda a população de uma cidade ou de um estado, até grandes invenções da modernidade que nos ajudam a conhecer outras galáxias.

Mas não precisamos nem ir muito longe.  É inconcebível pensar o mundo atual, por exemplo, sem a evolução dos medicamentos logo após a Segunda Guerra Mundial. Mais recentemente, a corrida pela vacina contra a Covid-19 é um exemplo da centralidade da ciência em nossas vidas.

Sem essas vacinas, governos de todo o planeta ainda estariam contabilizando milhares de mortes todos os dias pela doença.

No entanto, a produção científica em si não garante necessariamente o progresso da humanidade. Historicamente, temos casos em que a Ciência foi utilizada para subjugar e exterminar determinados grupos sociais ou explorar gananciosamente os recursos naturais.

Isso acontece porque a Ciência não acontece deslocada dos valores, da lógica e do sistema no qual ela está inserida.

Portanto, para garantir que a produção do conhecimento seja voltada para atender as demandas da sociedade, sobretudo em um planeta onde os recursos naturais e de sobrevivência são finitos, é fundamental que ela seja regida pela lógica do interesse público, não dos interesses do mercado.

Em outras palavras, a viabilidade concreta de pautas estruturantes da nossa permanência enquanto humanidade na Terra, que visam construir um futuro possível para a nossa e para as próximas gerações — tais como desenvolvimento sustentável, transição climática, segurança sanitária, alimentar, biológica, dentre outras -. só é possível a partir do comprometimento e do investimento público em pesquisa e produção científica.

Futuro ameaçado

No Brasil, mais de 90% da produção do conhecimento acontece dentro das universidades públicas – um dos principais alvos de ataques do governo Bolsonaro. Levantamento do Observatório do Conhecimento revelou que as perdas acumuladas nessas áreas a partir de 2015 podem ultrapassar R$ 100 bilhões em 2022.

A estimativa é baseada na Lei Orçamentária Anual (LOA), aprovada pelo Congresso Nacional para este ano.

Esse descaso proposital limita não só a produção científica atual, mas condena também as futuras gerações.

O sucateamento da infraestrutura básica das universidades públicas, a descontinuidade de pesquisas e a redução na oferta de bolsas de incentivo fazem parte de um conjunto de medidas extremamente prejudiciais para o desenvolvimento do país.

Só há futuro quando a ciência é valorizada

Para superar os desafios contemporâneos da humanidade, atuar por um mundo com menos desigualdade, apostar no desenvolvimento sustentável, fazer a transição ecológica e de matriz energética de maneira justa e solidária, garantir segurança alimentar, sanitária e biológica para todos e todas, independentemente da classe social, é preciso que a produção científica esteja entre as prioridades de investimento e comprometimento dos governos.

Dessa forma, daremos passos importantes e estratégicos por uma sociedade global mais justa, humana e solidária.   

Fonte: Observatório do Conhecimento

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