Desigualdade de gênero: investimentos do CNPq revelam disparidades nas bolsas
O site da revista piauí, a partir dos dados do Parent in Science e do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa/Iesp-Uerj), publicou um retrato da desigualdade de gênero expressa na distribuição dos recursos do CNPq. Em 2022, a entidade destinou 65,7% do total em bolsas de produtividade para pesquisadores homens. Do total de R$ 274,9 milhões, R$ 180,8 milhões foram direcionados aos homens, enquanto apenas R$ 94,1 milhões foram destinados às mulheres.
O cenário é ainda mais grave. Entre 2004 e 2021, o CNPq investiu aproximadamente R$ 4,7 bilhões em bolsas de produtividade. Desse montante, os homens receberam R$ 3,13 bilhões (representando 66,5% do orçamento), enquanto as mulheres receberam R$ 1,6 bilhões, ou seja, quase metade do valor destinado aos homens. Dos 1,4 mil bolsistas no nível 1A, 73% são do gênero masculino, enquanto 27% são do gênero feminino.
Ao longo dos últimos dezesseis anos, houve um aumento de 13,5% na presença de mulheres na área acadêmica. Apesar dos avanços conquistados, ainda há uma sub-representação das mulheres nos cargos mais altos da pesquisa científica no país. Embora representem 55% dos mestrandos e 53% dos doutorandos, as mulheres compõem apenas 42% do corpo docente, indicando uma disparidade significativa nesses postos de destaque.
Esses e outros dados sobre a desigualdade de gênero no financiamento da pesquisa e na carreira científica estão disponíveis na matéria da piauí.