Crise do orçamento prejudica assistência estudantil e usuários do restaurante universitário da UFBA

A asfixia orçamentária imposta pelo governo às universidades e institutos federais traz consequências para os alunos, especialmente os que mais precisam de assistência estudantil. Na Universidade Federal da Bahia, o restaurante universitário teve que ser fechado depois de um episódio de contaminação dos alunos.

“Os estudantes estão em uma situação de vulnerabilidade muito grande. Muitos estudantes não têm condições de se alimentar sem o restaurante universitário”, contou o coordenador geral do DCE, Arlindo Pereira de Souza Neto. “Muitos estudantes estão trancando suas matrículas por não ter alimentação e transporte”, relatou o estudante.

Em protesto, os estudantes ocuparam o prédio da Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) da UFBA, no dia 19 de outubro, o que levou a abertura de uma mesa de negociações entre os estudantes e a Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil. “Apresentamos nossas demandas. A universidade acatou a contratação de uma nova empresa para reabrir o RU”, disse Arlindo. 

Estudantes debatendo as condições de assistência estudantil após o fechamento do RU

O restaurante universitário foi fechado depois de um episódio em que mais de 120 usuários tiveram náusea, tontura e vômitos. Um laudo da Vigilância Sanitária confirmou a contaminação da comida servida no RU. Com a unidade fechada, a reitoria passou a atender com um auxílio de R$ 400 mensais para 2.200 estudantes que têm direito ao benefício. “Nós chamamos este grupo de bolsistas do RU, que são alunos que passaram por um estudo socioeconômico que constatou a sua vulnerabilidade”, explicou Cassia Virginia Bastos Maciel, a pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil. Os estudantes reivindicam que o valor do auxílio seja reajustado para R$ 700, mas a verba de assistência estudantil não é suficiente para cobrir este valor.

Há ainda a questão dos demais alunos que eram usuários do RU, mas não no cadastro da assistência estudantil. “Nós não temos recursos para quem não é cadastrado na pró-reitoria. São estudantes que se alimentavam por R$ 2,50 no RU, um valor subsidiado. Se tivéssemos orçamento, faríamos um cadastro especial para todos os usuários, mas não temos”, explicou Cássia. “Mas no ano passado a universidade teve um corte de R$ 21,2 milhões no orçamento. Nós diminuímos bolsas e reduzimos auxílios. A UFBA precisaria hoje de R$ 86 milhões para assistência estudantil, e nós recebemos R$ 37 milhões”, detalhou a pró-reitora.

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