Brasil vê cobertura vacinal cair nos últimos anos

Hoje é o dia nacional da vacinação, e este ano há um desafio enorme de saúde pública a ser enfrentado. A campanha de vacinação contra a poliomielite começou no dia 8 de agosto, e até agora apenas 65,6% das crianças de 1 a 5 anos foram imunizadas, muito abaixo da meta de 95% de imunização.

A queda na vacinação já havia sido alertada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz. Não foi só a cobertura da vacina contra a pólio que caiu. A BCG, que previne contra a tuberculose e tradicionalmente tem alta taxa de vacinação por ser aplicada no primeiro mês de vida do bebê, está com a cobertura abaixo de 80% desde 2020.

Para a professora Ligia Bahia, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, uma das explicações para a queda na taxa de vacinação é o desmonte do Plano Nacional de Imunizações. “O PNI foi desmontado por mudanças administrativas. Vacinação exige continuidade no trabalho, tem que ser uma política de Estado, e não de governo”, explicou a professora. Ela acredita que o quadro possa ser reversível. “Temos larga experiência e gente capacitada em vacinação para fazer esse trabalho. Basta ter os profissionais certos no lugar e na hora certa”.

Cabe lembrar que Bolsonaro tem amplo histórico de declarações antivacina, especialmente no contexto da pandemia, o seu então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ignorou ofertas da Pfizer por meses e seu governo tentou evitar que crianças pudessem ser imunizadas contra a covid-19.

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